segunda-feira, 23 de junho de 2008

Agressão brutal a jovem judeu choca a França

A agressão de um judeu de 17 anos, gravemente ferido depois de ter sido espancado por um grupo de jovens em Paris, suscitou neste domingo uma grande comoção na França e o presidente Nicolas Sarkozy, atualmente em visita de Estado em Israel, se disse profundamente indignado

O jovem ainda estava na UTI na tarde deste domingo, e corria sério risco de vida.

Cinco menores de idade foram detidos após o crime e ainda estavam sob a custódia da polícia na tarde deste domingo.

A comunidade judaica denunciou a agressão como um ato anti-semita.

O jovem judeu foi atacado pouco antes das 20h (15h de Brasília) no 19º distrito de Paris, um bairro cosmopolita do nordeste da capital onde vive uma importante comunidade judaica.

De acordo com o Escritório Nacional de Vigilância contra o Anti-semitismo, uma associação judaica, ele foi espancado por um grupo de seis ou sete jovens armados com barras de ferro.

"Era shabbat [descanso religioso judeu tradicional entre sexta-feira e sábado] e meu filho estava voltando para casa com seu quipá na cabeça quando foi agredido", declarou seu pai à rádio RTL.

"Não há dúvida de que se trata de um ato anti-semita", destacou Ariel Goldman, vice-presidente do Conselho representativo das instituições judaicas da França (Crif).

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, expressou sua profunda indignação, pouco antes de desembarcar em Israel para uma visita de Estado de três dias. Ele expressou seu apoio à família do jovem e reiterou sua total determinação em combater todas as formas de racismo e anti-semitismo.

O primeiro-ministro, François Fillon, condenou a agressão, que chamou de covarde e revoltante. Ele prometeu que os culpados serão levados à Justiça.

O ataque de sábado lembra o assassinato, em fevereiro de 2006, do jovem judeu Ilan Halimi, 23 anos, em um caso que havia provocado uma imensa comoção em toda a França.

Halimi morreu depois de ter sido seqüestrado e torturado com requintes de crueldade por uma gangue da região de Paris. Depois do drama, as autoridades haviam reiterado seu compromisso em lutar contra o anti-semitismo.

Quase 600 mil judeus vivem hoje na França.


Folha de São Paulo.

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