terça-feira, 17 de junho de 2008

Adolescente que fugiu de casa diz que quer morar com a amiga

A aventura de Giovanna Maresti, 15 anos, e Anna Lívia Destefani Luciano, 16 anos, duas adolescentes paulistas que, no dia 5 de junho, uma quinta-feira, foram ao cinema assistir a "Um beijo roubado" e não voltaram para casa terminou neste fim de semana. Giovanna, que passou o fim de semana com a mãe em Santa Catarina, desembarcou no aeroporto de Guarulhos à tarde. Em entrevista ao Fantástico, Giovanna afirmou que teve um ato totalmente egoísta, mas disse para a mãe quer ir embora de casa.

- Quero mostrar que eu não sou só a filha dela. Sou Giovanna, tenho minhas necessidades e o que eu quero nem sempre é o que ela quer. Ela quer que eu vá para uma escola que eu não quero. Ela quer que eu more com ela, eu não quero - afirmou a menina.

- Eu achava que conhecia minha filha 100%. Mas você sempre pode se surpreender. Sempre - afirmou a mãe, Kelly di Bertolli.

Giovanna e Anna Lívia se conheceram este ano no colégio.

- A gente tem uma conexão muito forte. A gente fez a numerologia e descobrimos que somos almas gêmeas. Só estávamos planejando mudar de escola juntas, viajar juntas, morar juntas. De ter uma vida juntas. Tudo junto, como amigas. Em casa, eu sei que eu não fico. Já é uma decisão que a gente tomou juntas - disse Giovanna.

- Eu não tenho o que implicar com a Ana Lívia. Ela é uma menina ótima. Eu amo muito a minha filha, eu não quero ver ela solta. E, ao mesmo tempo, não quero ver ela infeliz - disse Kelly.

Kelly, porém, diz que não acha razoável a filha morar sozinha, por ser menor de idade.

A mãe de Anna Lívia, Maria Valéria Destefani, afirmou que a descoberta da sexualidade motivou a fuga das meninas.

- Até hoje a Lívia só teve namorados. Mas, se ela estiver tendo um 'lance' com a Giovanna, não há nenhum problema - admitiu Valéria.

Para a mãe, a filha pode ter fugido de casa por temer encarar os pais.

- Acho que ela está com pudores. Porém, os pais dela são superliberais e só querem a felicidade dela.

Valéria elogiou Giovanna, dizendo que a garota é bonita e inteligente. Também lembrou que a filha e a amiga dormiam na casa uma da outra.

- Pode ter havido uma identificação muito forte entre elas - definiu a corretora.

Já o professor universitário Odilon Luciano, pai de Ana Lívia, disse não saber nada sobre o relacionamento da filha com a amiga. Na opinião dele, as duas descobriram afinidades em questões importantes para a idade delas.

- Acho que tem mais a ver com a identificação das coisas que consideram importantes, como o que pensam sobre pais, família, o mundo, a justiça, as pessoas e coisas - observou.


O Globo.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog