quarta-feira, 28 de maio de 2008

Madrasta de Isabella diz que foi pressionada a delatar Alexandre

Informação foi divulgada pela assessoria do TJ, que acompanhou interrogatório.
Anna Carolina negou ter cometido qualquer crime e chorou diante do juiz.


O interrogatório da madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, terminou por volta das 17h30 desta quarta-feira (28). Diante do juiz no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, ela se emocionou, criticou a polícia e disse que as acusações contra ela são "totalmente falsas".

Os jornalistas não puderam acompanhar o interrogatório. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), durante a primeira hora do depoimento, ela manteve um tom choroso. No tempo restante, a ré aparentou estar mais calma. Contou diante do juiz, do promotor e dos advogados, que foi pressionada a delatar Alexandre Nardoni como o autor do crime.

Anna Carolina disse que a pressão foi feita pela delegada Renata Pontes, do 9º Distrito Policial. "Vou colocar você em uma (prisão) temporária. O Alexandre tem faculdade, você não. Você tem noção do que é cair numa prisão?", teria dito a delegada, conforme o depoimento de Anna Carolina relatado pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça. O promotor Cembranelli pediu esclarecimentos e questionou: "quando foi ouvida pela segunda vez, Jatobá, você não citou a pressão que os policiais fizeram".

Anna Carolina ainda lembrou ter retornado ao apartamento no domingo, dia 30 de março, um dia após o crime, levada por delegados para fazer uma reconstituição. Ela disse ter visto na ocasião dez pessoas comendo ovos de páscoa de seus filhos. Ela afirmou ainda que, na segunda-feira (31), voltou mais uma vez ao apartamento para buscar roupas da família, perfume e uma corrente.

Tensão e Choro

Durantes as perguntas da acusação, a madrasta se mostrou tensa. Já, ao responder as questões de seus advogados, voltou a chorar ao falar de Isabella. A estratégia da defesa foi novamente tentar passar a imagem de uma família feliz em que Isabella e a madrasta se davam bem e também enfatizar suposta vulnerabilidade da segurança do prédio.

"Nunca [houve reclamações por parte de Ana Carolina de Oliveira quanto a maus-tratos contra Isabella]. Se tivesse algum problema ela (a mãe da menina) falaria, porque não é de ficar quieta", disse em depoimento a madrasta, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça. Anna Jatobá reiterou que nunca "encostou um dedo" em Isabella.

Ela reclamou da segurança do prédio, dizendo que a câmera da entrada do edifício era de "enfeite", porque não gravava e que não havia controle sobre a entrada e a saída de pessoas no prédio.

Perda das chaves

Ao responder perguntas do juiz, Anna Jatobá enfatizou a perda de chave do apartamento no Edifício London, na Zona Norte. A madrasta relatou que perdeu a chave ao levar as crianças à escola. Segundo ela, quatro pessoas sabiam da perda.

Também destacou um desentendimento entre dois pedreiros que faziam obras no imóvel, o que levou o casal a dispensar um deles. Devido a essa briga, um deles não voltou mais ao trabalho e outro permaneceu trabalhando na obra. Ela também afirmou que um deles ficou com as chaves até o fim do serviço.

Questionada sobre possíveis furtos, ela afirmou ter encontrado uma câmera fotográfica digital que, incialmente, achava que tinha desaparecido na noite do crime.

Ciúme

Segundo assessores do Tribunal de Justiça, Anna Jatobá confirmou que sentia ciúmes de Alexandre Nardoni no período em que estudaram direito na mesma faculdade. Também disse que, antes do nascimento do Pietro, de 3 anos, o casal brigava mais e que, hoje, ela está mais madura. Ao responder ao promotor, disse ainda não possuir inimigos.


G1.

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