sábado, 12 de abril de 2008

Tripulação de veleiro francês é libertada

Depois de uma semana, chegou ao fim ontem o seqüestro da tripulação do veleiro de luxo francês Le Ponant, atacado por um grupo de piratas quando navegava próximo à costa da Somália, na África. Seis criminosos foram capturados em uma ação de tropas francesas.

As primeiras notícias divulgadas ontem apenas reproduziam as palavras do presidente Nicolas Sar-kozy, que confirmava a libertação dos reféns - 22 deles franceses - e dizia que o resgate tinha acontecido "sem nenhum incidente". Mais tarde, porém, começaram a surgir versões diferentes sobre como os reféns foram soltos. Nenhuma delas, no entanto, dava detalhes precisos.

Segundo uma das versões, helicópteros com soldados franceses teriam feito uma investida por terra contra os piratas, logo depois de os reféns terem sido soltos. A libertação teria acontecido depois de uma negociação, feita via rádio, entre a CMA-CGM, dona da embarcação, e os criminosos. Abdi-salan Qoje, um pescador que trabalhava em uma praia somali, diz que presenciou o momento em que o veleiro foi conduzido pelos piratas a uma enseada e viu a tripulação ser levada à terra firme. Todos estavam em boas condições de saúde.

Seis suspeitos acabaram capturados e com eles foi encontrado dinheiro. Depois de detidos, foram levados a um navio da marinha francesa, próximo ao litoral da Somália. Agora serão entregues à Justiça da França. O chefe do estado-maior das forças armadas francesas, general Jean-Louis Georgelin, disse que os piratas aparentam ser pescadores somalis. A quantia recuperada com os presos seria parte do valor supostamente pago como resgate pela empresa dona do veleiro.

O governador de Mudug, região para onde os piratas escaparam e onde foram capturados, disse que três corpos foram encontrados depois da operação das tropas francesas. A França nega informação.

O Le Ponant, um veleiro de luxo de três mastros, foi atacado por um grupo de piratas - seriam entre 12 e 16 pessoas - no dia 4 de abril, quando retornava, sem passageiros, das Ilhas Seychelles, no Oceano Índico, para Alexandria (Egito), no Mar Mediterrâneo.

A região em que o barco foi atacado é uma zona de freqüentes ações de pirataria. De acordo com a Agência Marítima Internacional (IMB, na sigla em inglês), somente neste ano quatro navios, incluindo três petroleiros, foram alvo de piratas na mesma área.



Zero Hora, 12/04/2008.

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