quarta-feira, 9 de abril de 2008

Rapazes passam quase 20 dias presos por engano

Eles foram apontados como suspeitos de roubar um carro em Campinas, a 95 km de SP.
Os dois saíram da cadeia, mas estão em liberdade condicional.

Dois rapazes, presos por engano em Campinas, a 95 km de São Paulo, voltaram para casa na segunda-feira (7), depois de passarem quase vinte dias na cadeia. Apesar da polícia ter descoberto os verdadeiros bandidos, os dois ainda cumprem liberdade condicional.



Eles estavam presos no Centro de Detenção Provisória de Hortolândia. Conseguiram liberdade provisória e vão responder processo.

"Saí daquele lugar que não existe. Aquele lugar não desejo nem para o meu pior inimigo", diz o operador de supermercado Wellington Richard Barbosa. "Dormia no chão, passava frio, não tinha coberta. Foi muito horrível para mim. Um pesadelo", conta o operador ajudante-geral Cristiano da Silva Ramos.

Na véspera da Sexta-feira Santa, eles estavam sentados em um banco na rua onde moram quando foram abordados por três policiais militares. Os dois amigos foram presos em flagrante, suspeitos de terem roubado um carro. O veículo foi encontrado pla policia a 30 metros de onde conversavam.

Os dois foram levados ao 5º Distrito Policial da cidade e, segundo o advogado de um deles, a vítima, mesmo com dúvidas, apontou os dois como responsaveis pelo assalto.



Barbosa e Ramos estão em liberdade por causa de uma denúncia anônima feita à Delegacia de Investigações Gerais. Uma pessoa informou à policia que sabia quem eram os verdadeiros autores do crime. Um foi preso e o outro ainda está foragido. A filha de uma dona de casa chegou a ver os dois bandidos abandonando o carro.

Os advogados do garoto pedem a abertura de inquérito para investigar a atuação da polícia e também porque forma soltos só três dias depois de ser expedido o alvará de soltura.



Os dois amigos tentam recuperar a auto-estima e retomar a vida. Ramos vai voltar a trabalhar em uma retífica de veículos, onde está há dois anos. Barbosa pode ter perdido uma grande oportunidade para seguir carreira como jogador de futebol. Já estava com o passaporte em mãos. "Não sei o que vai acontecer daqui para frente. Não sei o que vai ser de mim. Agora só depende da Justiça".



A secretaria estadual de Segurança Pública informou que não houve erro da Polícia Civil, já que as vítimas reconheceram os jovens. A Polícia Militar disse que os rapazes foram presos levando em conta as descrições passadas pelas vítimas. A secretaria de Administração Penitenciária informou que não comenta os procedimentos internos das unidades prisionais.


G1, 08/04/2008.

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