domingo, 6 de abril de 2008

Pais devem ficar atentos aos sinais de violência sexual, alerta psicóloga

São Paulo - Os pais devem ficar atentos às tentativas de uma criança de relatar que foi vítima de violência ou de abuso sexual. Segundo a psicóloga Daniela Pedroso, do Serviço de Violência Sexual do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, crianças não inventam ou fantasiam histórias de que foram vítimas de violência sexual. “Se a criança está contando, é porque alguma coisa aconteceu”, disse.

De acordo com ela, as crianças ou adolescentes podem ter dificuldades em contar que foram vítimas de violência ou abuso sexual, principalmente porque não conseguem perceber “que aquilo que está ocorrendo (com ela) é errado”. A psicóloga explica que como o agressor é, em geral, alguém muito próximo da vítima e que pode ter a função de protegê-la, a criança tem dificuldade em perceber que a violência é um comportamento errado.

Por isso, os pais devem ficar atentos a outras tentativas de seus filhos de relatar que podem estar sofrendo abuso ou violência sexual. Segundo Pedroso, mudanças bruscas no comportamento, dificuldades injustificáveis na escola, medo de ficar sozinho, comportamento sexual exacerbado e até comportamentos regressivos como voltar a fazer xixi na cama podem ser indicativos de que a criança é vítima de violência sexual.

“Esses sinais não são específicos de abuso sexual. Mas são sinais de que alguma coisa não vai bem na vida da criança”, explicou o médico ginecologista Jéferson Drezett.

Segundo a psicóloga Daniela Pedroso, identificada a violência, a criança deve ser levada para um serviço de saúde o mais rápido possível, mesmo sem boletim de ocorrência. O próprio serviço de saúde deve fornecer a ela, além do tratamento médico adequado, um tratamento psicológico.

“Se a gente cuidar dela a tempo, conseguimos minimizar esses danos e diminuir esses traumas. Talvez ela nunca esqueça o que aconteceu, mas conseguirá significar aquilo de maneira diferente para que isso deixe de incomodá-la tanto”, defende.


Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

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