terça-feira, 29 de abril de 2008

Natascha Kampusch oferece ajuda à mulher presa em porão durante mais de duas décadas pelo pai

A jovem austríaca Natascha Kampusch, que foi mantida em um porão por oito anos na Áustria e que conseguiu fugir em 2006, ofereceu na segunda-feira a sua ajuda a Elisabeth Fritzl, de 42 anos, que passou os últimos 24 anos em um porão em Amstetten , sendo violentada pelo pai, com quem teve sete filhos. Natascha, hoje com 20 anos, foi seqüestrada em 1998 quando tinha dez anos e ia para o colégio, no norte de Viena. Durante anos ficou presa por seu seqüestrador, Wolfgang Priklopil, em um cativeiro vigiado por meios eletrônicos.

Em Amstetten, no sul da Áustria, há um clima de perplexidade e em todo o país começa a discussão sobre o que pode estar por trás dos diversos casos de desaparecimento de crianças e adolescentes que ocorrem todos os anos. Segundo o chefe do Departamento Criminal Federal de Viena, Fritz Lang, todos os anos desaparecem no país mil crianças e adolescentes, sendo que 2% desses casos permanecem sem explicação.

- Tive este desejo espontaneamente - disse na segunda-feira Kampusch à rádio pública ORF. Ela explicou que já entrou em contato com as autoridades da Áustria, onde fica a casa onde Elisabeth foi mantida pelas últimas duas décadas.

A menina disse que desejava falar com Elisabeth, já que considera ter vivido uma história parecida. Natascha também afirmou que quer ajudar a família financeiramente.

- O tumulto da imprensa não é algo bom para essas pessoas e posso imaginar que a situação é tão difícil para a mãe quanto para os filhos - completou Natascha, que contou que tomou tal atitude por iniciativa própria.

A menina acredita que a ajuda financeira ajudará, sobretudo, na educação e reintegração dos filhos de Elisabeth.

- O dinheiro ajuda um pouco, pois temos que pensar que as crianças cresceram ali e terão dificuldades em suas relações sociais - disse a ex-refém.

A imprensa austríaca critica nesta segunda-feira a "cegueira" das autoridades que, como no caso de Natascha Kampusch, foram incapazes de descobrir durante o passar dos anos este drama qualificado pelo jornal "Osterreich" de "pior crime" na história de acontecimentos do país.


Gazeta do Povo, 29/04/2008.

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