quarta-feira, 26 de março de 2008

Carrinheiro é espancado até a morte por defecar em terreno baldio

Um catador de papel foi morto a pancadas e chutes na manhã desta terça-feira (25) no bairro Campo Comprido, em Curitiba. De acordo com a polícia, por volta das 10h30 o carrinheiro Juarez Santos Vaz, 38 anos, passava pela Rua Antônio Ferreira Lemos, onde teria entrado num terreno baldio para defecar. Em seguida, Arilson Oliveira Silva, 18 anos, teria visto a cena, pego um pedaço de madeira e começado a espancar o catador de papel. O terreno onde a vítima entrou seria, segundo a polícia, de propriedade da família de Silva, que mora ao lado do local do crime.

O delegado Gerson Machado, do 11° Distrito Policial, explicou que Vaz estava acompanhado de um amigo, que logo depois da agressão teria colocado o catador dentro do carrinho de papel e se dirigido até uma casa na Rua Rezala Simões para pedir ajuda. “Este amigo da vítima nos contou que o agressor foi até esta casa e espancou novamente o carrinheiro”, afirma Machado. O Samu foi acionado logo em seguida, mas Vaz já estava morto quando os socorristas chegaram.

Os policiais militares voltaram com o amigo da vítima até a casa de Silva e deram voz de prisão ao jovem, que foi encaminhado para o 11° DP e autuado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Segundo o delegado, a pena prevista para esse tipo de crime varia de 15 a 30 anos de detenção. “O rapaz confessou a agressão e disse ter agido da maneira correta”, ressalta o delegado. Investigadores do 11° DP voltaram na tarde desta terça-feira ao local do espancamento, juntamente com Silva, e localizaram a arma do crime, um sarrafo de madeira de aproximadamente 1,5 metro de comprimento.

Por causa da superlotação e das péssimas condições de higiene oferecidas aos presos, o 11° DP está interditado desde o início de março. Dessa forma, Silva passará esta noite no 1° DP, no Centro, e será encaminhado nesta quarta-feira (26) para o 12° DP, em Santa Felicidade.

O delegado Machado orienta a população a não “fazer justiça com as próprias mãos”, mas acionar a polícia caso se sinta lesada. “Se uma pessoa não agiu em legítima defesa ou pelo estrito cumprimento do dever legal, vai presa. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém”, esclarece.

Outros casos de agressão a andarilhos

Casos de andarilhos sendo atacados nas ruas da capital têm se repetido nos últimos meses. No mais recente, no começo do mês, um andarilho foi morto dentro de uma casa abandonada no Centro. O rapaz teve o corpo parcialmente queimado depois de ser agredido e enforcado com um cadarço de tênis no trinco de uma porta.

No final de fevereiro, um morador de rua conhecido como João da Muleta foi espancado até a morte com as próprias muletas numa praça no bairro Cristo Rei, também em Curitiba. Ele apresentava lesões no rosto e teve o punho quebrado.

Em dezembro do ano passado, o andarilho Alexsandro Duarte Matos, 31 anos, foi agredido por um grupo de pessoas que jogou ácido em suas mãos e no seu rosto. Ele teve queimaduras de terceiro grau e ficou com o rosto deformado. O fato aconteceu no bairro Jardim das Américas, na capital.



Fonte: Gazeta do Povo Online

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